sábado, 30 de abril de 2011

Sonho de Noiva - Primeira Parte

Chovia muito durante a noite e Christine andava por entre as árvores do Bosque de Chandon. Ela não entendia como havia chegado ali, só sentia que entre seu coração e alma vinha um sentimento arrebatador que a levava pra algum lugar desconhecido, onde a chuva não caía e o sol brilhava mais quente. Christine ouvia uma voz que a chamava bem distante; uma voz que a guiava no meio da escuridão, da chuva, das árvores, do sentimento de esperança de encontro de alguém tão sublime e encantador que a fizesse despertar de um pesadelo de solidão que ela carregava desde o momento que ela descobriu que era uma pessoa com capacidade de amar alguém. Lutando contra o frio e se debatendo contra as barreiras de árvores que a separava da voz tão doce que a fazia pairar por entre o ar e se sentir arrebatada de sensações inexplicáveis. A bela dama corria e nunca chegava a lugar algum; não havia explicação pra tanta correria por entre um lugar que nunca tinha fim, correria atrás de uma voz que nunca encontrava o dono; nossa! Há um barulho diferente vindo em direção de Christine, um som conhecido, parecido com um sinal de escola que ela ouviu por muito tempo, mas não era um sinal escolar, o que seria aquilo? Cada vez mais perto e forte o sinal fazia Christine perceber que ela tinha que alcançar esse som, não era suave, não era agradável, não era nada bom! Derrepente vem uma dor nas costas... Christine se levanta do chão do seu minúsculo apartamaneto em Chondeville, uma metrópole que ficava ao sul de La Village; um belo país que no inverno caía os mais belos e gelados flocos de neve que uma pessoa conseguia imaginar e admirar; era inacreditável... mas a bela jovem de vinte e oito anos se levantava gemendo e se contorcendo, tentando se concertar da queda; tudo não se passara de mais um sonho que se repetia todas as noites. Christine decepcionada por ter sido mais uma vez um sonho, vai em direção ao banheiro e procura seu reflexo no espelho, tentando se encontrar em meio a tantos fios loiros de cabelo que caiam em seus rosto; definitivamente decidida a não isistir na procura, ela se dirige à banheira encardida e bastante velha e abre a torneira permitindo que a água cristalina e quente escoe preenchendo lentamente o local onde minutos após ela estaria relaxando seu corpo; por longos e abusivos vinte minutos a dama se banha esquecendo de seu compromisso no escritório de advocacia onde trabalhava como secretária de um renomado advogado, o senhor Luís de Melo; quando Christine percebe que estava passando do tempo no banho, ela se levanta às pressas lembrando que ainda tinha seu período de observação frente ao espelho, período este que era rotina, pois em seus pensamentos ela não poderia se apresentar de outra maneira que não fosse impecável, pois de qual maneira ela conseguiria uma oportunidade melhor na vida se não fosse se apresentando bem pra conseguir algo de bom? Parada frente ao enorme espelho que tinha no pequeno banheiro, ela se observava e admirava que apesar de tudo pequeno e pouco na vida dela, ela era muito bela; era uma mulher com pele bem clara, corpo bem definido e com seios fartos e nádegas satisfatoriamente padrão aos padrões da moda, olhos azuis e cabelos longos, bastante lisos e bem cuidados; mas o que havia de errado com ela que não conseguia nada de bom em sua vida? Nem mesmo o essencial... um marido! Após a observação diária, ela corre pro seu quarto e inicia o processo de arrumação; pra ela, tudo tinha que estar padronizado, em sequência, de outra maneira não funcionava e ela não sabia como agir. Após vestir a roupa que reaproveitava de sua irmã mais velha, Christine apanha seus óculos fundo de garrafa e seu agasalho chadrez cinza e vinho, presente da avó, e sai na correria de sempre pra pegar dois ônibus, pois o escritório ficava no centro da cidade, e ela morava bem distante dali. Após tantos empurrões e sacudidas dentro do ônibus, finalmente a jovem chega, e se arruma frente a porta de seu chefe anunciando que já estava no local. Sem muita conversa; na verdade sem nenhuma conversa, pois o Sr. Luís nunca comprimentava ninguém, ela sai da sala e vai assentar na sua mesinha na recepção. Ela fica entre seus pensamentos imaginando como um velho de sessenta e sete anos poderia ser tão arrogante e mal educado trabalhando com pessoas de todos os tipos; porém ela não se deixava abater, sabia que ela estava ali só de passagem, em algum lugar, alguém daria a ela uma grande oportunidade e, finalmente ela mostraria o seu valor e potencial. Fim de expediente pra todos, a jovem loira vai até a sala do seu chefe avisar que estaria de saída:
_Olá sr. Luís, estou indo embora! O senhor precisa de alguma coisa ainda?
O velho conversava no celular, e com um sinal de mãos pediu que ela esperasse. Após meia hora de espera e inquietação, pois ela perderia o próximo ônibus em direção a sua casa, Christine volta até a sala do chefe:
_Pois não, o senhor me chamou?
_Chamei sim! Era só pra avisar que você pode ir. Não vou preciar de você!
_Tudo bem então! Tenha uma boa noite. Diz a jovem com uma vontade enorme de gritar com aquele velho; em sua mente ela dizia pra ele que era só ter feito um sinal que não precisava dela, mas não... ele tinha que fazer ela esperar meia hora, perder o ônibus e... o ônibus!!!! Christine sai correndo na esperança de poder pegar a condução que iria sair em cinco minutos; tarde demais, o ônibus acabara de sair, e sem ela! O jeito era ir andando até o outro ponto, não valia a pena esperar meia hora pelo próximo. No caminho de sua casa, a bela jovem ia olhando as vitrines e admirando as lojas com vestidos e roupas caras, mas uma delas chamou muito sua atenção... era uma loja de vestidos de noiva; parada muito tempo admirando os vestidos, ela percebe um anúncio em uma revista que fazia parte da decoração, mas o detalhe era que a revista era a Belas Divas, a revista mais famosa do país, trabalhar em uma empresa como aquela era o sonho de qualquer pessoa com interesse em crescimento profissional; dizia o anúncio:
"Procura-se uma estagiária com experiência em digitação, moda e tenha uma boa desenvoltura e comunicação com pessoas. Salário inicial de cento e oitenta dólares a hora com expediente de seis horas". Aquilo foi o ápse do anúncio, ela imaginou como era receber cento e oitenta dólares a hora sendo que ela recebia cinquenta dólares ao dia no escritório do Sr. Luís. Sem perder mais tempo ela sai correndo em direção a sua casa pra fazer seu currículo na esperança de conseguir aquela vaga; ela seguiu determinada a conseguir a vaga, pois aquela era a grande oportunidade que ela sempre esperou...
[WDN]

(Continua...)

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Vamos falar sobre Christine.